SÓ O HOMEM DE DEUS SE SANTIFICA

(Ap 22. 10-14;  ITs 5.23;  Hb 4.12)

 

INTRODUÇÃO             

“E nos predestinou para filhos de adopção por Jesus Cristo para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis no Amado, em quem temos a redenção pelo sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”

A Igreja não é uma galeria de homens e mulheres eloquentes, mas de  Cristãos, que se encontram num processo progressivo de transformação, tendo como alvo a perfeição (estado avançado da Santificação).

Deus disse a Abraão (Gn 17.1) “ (…) anda em minha presença e sê perfeito”        

 

SANTIFICAÇÃO

Tanto o substantivo como o verbo derivam do vocábulo latino,  sanctus   “santo”  e do vocábulo latino, facere “fazer” e que traduz os termos hebraicos  “qdsh” e grego “hagiasmos, hagiazõ.  O  sentido básico  da raiz hebraica “qdsh” é traduzido como “separar, colocar á parte” , “brilho”.  

 

A primeira pode sublinhar a santidade ou santificação em termos de posição, estado, relação,  onde as palavras são traduzidas como “cortar, separar”  separar para uso exclusivo, dedicar ou consagrar,  considerado como  sagrado  em contraste com o comum profano e secular.  Transformação interna que gradualmente tem lugar e que resulta em pureza, rectidão moral e pensamentos santos e espirituais os quais se expressam por meio de uma vida externa de bondade e piedade (Lv 20. 26, Tt 2. 14).

 

A santidade de Deus é revelada na Sua ira
  

Encontramos nas Escrituras diversas ocasiões em que Deus mostrou sua ira contra pecadores. Considere   alguns  exemplos.  "Pelo  que,  como  a  língua de fogo consome o restolho, e a erva seca se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó;   porquanto   rejeitaram  a  lei  do  SENHOR  dos  Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel. Por isso, se acende a ira do SENHOR  contra o seu povo, povo contra o qual estende a mão e o fere, de modo que tremem  os montes e os seus cadáveres são como monturo no meio das ruas. Com tudo isto não se aplaca a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão." (Isaías 5:24-25). Na mesma época, Deus explicou o

 

 

castigo do povo desobediente:   "O SENHOR  advertiu a Israel e a Judá por intermédio de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo:  Voltai-vos  dos vossos  maus caminhos e guardai  os  meus  mandamentos  e os meus estatutos,  segundo  toda  a Lei que  prescrevi a vossos pais e que vos enviei  por  intermédio dos meus servos, os profetas.... e venderam-se para  fazer  o que  era mau perante o  SENHOR,  para  o  provocarem à  ira. Pelo  que    o SENHOR  muito  se  indignou  contra  Israel e  o  afastou  da  sua  presença;  e  nada  mais ficou,  senão  a  tribo  de  Judá"  (II Rs 17:13,17-18).  Estas  consequências  do   pecado foram previstas por Samuel no início do reino de Israel,  300  anos antes  de Isaías. Samuel disse: "Se, porém,  não derdes ouvidos  a  voz do SENHOR,  mas, antes,  fordes rebeldes ao seu mandado,  a  mão  do  SENHOR será contra vós outros, como o foi contra vossos pais”         (I Sam 12:15)

 

Às vezes, pessoas descartam tais exemplos da ira de Deus, sugerindo que o Deus do Velho Testamento  é  diferente  do  que o  do Novo Testamento.   Enquanto  a  aliança  realmente mudou,  o  Deus  que  nos  governa é  o  mesmo.   A  santidade  dele  não  diminuiu,  e ele continua rejeitando pecado e pecadores. O Novo Testamento nos assegura que Deus ainda responde  ao  pecado  com  ira.  Rm 11:22 diz: "Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus:  para  com  os  que  caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela  permaneceres;  de outra  sorte,  também  tu serás cortado." O livro de Hebreus diz que Deus é até mais severo hoje do que na época da antiga aliança (Hebreus 2:2-3). Depois, ele reafirma este fato:  "Sem  misericórdia  morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem  tiver  rejeitado  a  lei  de  Moisés.  De quanto mais severo   castigo    julgais vós será considerado  digno  aquele  que  calcou  aos  pés  o  Filho  de  Deus,  e  profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:28-31). A ira de Deus é inseparável de sua santidade. Se Deus aceitasse o pecado, ele não seria santo.

 

Propriedades da santificação

 

Estes conceito é o mais importante de todo o nosso estudo, pois se falharmos na sua compreensão poder-nos-á levar a uma visão menos bíblica da santificação .  Temos de analisar a santificação posicional  e experimental, pois estas não acontecem ao mesmo tempo.

Primeiro a santificação posicional ou instantânea, não é um assunto da espiritualidade de alguém nem admite graus ( I Cor 1. 2, 6. 11; II Cor 5. 14, 15; Ef 2. 1-6; Col  3. 3,4).  Segundo a santificação experimental ou progressiva, está directamente relacionada com o desenvolvimento espiritual e permite graus, uma pessoa pode estar mais santificada do que outra ( Rm 8. 3; 12. 2; II Cor 3. 18; 7. 1; Col 3. 15; I Ts 3. 2).

 

A santificação instantânea a ocorre no momento em que somos salvos! Tem lugar pela razão da nossa identificação com Cristo na sua morte e ressurreição.

 

VEJAMOS ENTÃO NESTE QUADRO OS TRÊS  ASPECTOS DA SANTIFICAÇÃO

 

Posicional

 

Dom instantâneo

I Cor  6. 11

 

 

 

Passado

Experimental

 

Tarefa progressiva

I Pd 1. 15, 16

 

Presente

Futuro

 

Clímax

I Jo 3. 2

 Futuro 

 

OS SUJEITOS DA SANTIFICAÇÃO

  A Santificação é um trabalho restrito de Deus. Santificação não é para o mundo sem Deus, mas para os Cristãos, somente quando uma pessoa é regenerada é que acontece a santificação instantânea.

Os sujeitos da santificação são eleitos de Deus. Aqueles que Deus pré-ordenou na eternidade santifica-os no tempo, crentes individualmente e a Igreja como corpo.

 

O propósito da Santificação

 

Resumidamente poderíamos dizer que ser santificado é:

 

1.  estar envolto na santidade de Deus

 

2.  estar sobre a acção do poder de Deus. E cooperar com ElE.

              ( Jo 17. 19;  I Jo 3.3; Rm 14. 9 )  

 

É propósito de Deus trazer todo crente cada vez mais perto do estado no qual a sua natureza será perfeitamente conforme a semelhança de Jesus Cristo. Este é sem dúvida o alvo de Deus; que sejamos como ELE.

 

 Todo crente deve saber que a Palavra de Deus, repetidas vezes fala da santificação, como preparação para o arrebatamento e para uma vida eterna ao lado de Jesus;  Dependendo tudo isto do nosso consentimento.  A Santificação não é  mera  emoção;  mas  uma experiência prática, e presente 365 dias, 24 horas por dia, na vida vitoriosa de todo Cristão Nascido de Novo, mediante o purificador e santificador poder de Deus, em que todos os pensamentos, palavras e actos tudo reflecte uma nova imagem a qual é Cristo em nós.  A pessoa revestida das imaculadas vestes da justiça de Cristo é Santa.

 

Queremos uma vida de vitória ?   Então santifiquemo-nos!

 

A santificação, não é flagelação do corpo, nem um conjunto de regras mas um privilégio que requer um profundo compromisso com:   ( At 2. 41 – 47

 

1.     Deus Pai

2.     Cristo ( Jo 15.4)

3.     com O Espirito Santo

4.     A Palavra de Deus ( Jo 17.17)

5.     Igreja  ( Ef 4. 15, 16 )

6.     Com a liderança

7.     uns com os outros

 

profunda consciência  da(o):

 

1.     presença de Deus ( Mt 6. 25 – 34)

2.     Amor (Agape)

3.     Justiça

4.     Fé

 

É ter :

 

1.     Amor à Justiça

2.     sentir nojo da iniquidade e pecado, mas amar sempre o pecador

3.     mortificar o  pecado

4.     perseverança

5.     sempre presente o enchimento do Espirito Santo em sua Vida

 

A Santificação é Essencial para ter Comunhão com Deus  (II Cor 6:14 - 7:1)

A  igreja  em Corinto  estava  rodeada  de  imoralidade  e  falsa  religião.  Os cristãos eram freqüentemente  tentados  a  voltar  às más práticas do mundo. Paulo entendeu esta tentação quando lhes escreveu cartas de encorajamento.  Consideremos seu ensinamento em  II Cor 6:14 - 7:1. Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Nos versículos 14 e 15 ele disse: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade?  Ou  que  comunhão, da  luz com  as  trevas?  Que  harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?"   Encontramos nestes versículos   uma   lista  de coisas que   são   totalmente   opostas.   Paulo   não   encoraja  a  nenhum  tipo  de  compromisso.  Ele  não  nos  diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso,  mostra que  não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um cristão.  Os cristãos pecam (1 João 1:8,10), mas temos que admitir esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com ele (I Jo 1:9; 2:1).


Certas religiões e filosofias orientais ensinam que o bem tem que ser contrabalançado pelo mal e que cada  bem  é  manchado por alguma quantidade de mal. Tais idéias contradizem frontalmente  o  ensinamento da  Bíblia.  Bem  e  mal são distintos e não podem existir em harmonia. Os discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro.

Esta santificação é baseada em nossa relação com Deus. Paulo continuou nos versículos 16 a 18 a dizer que a base para esta santificação  é  nossa relação com Deus. Nestes versículos, ele  usa  a  linguagem  das passagens  do  Velho  Testamento  para  mostrar que Deus ainda deseja um povo santo:
"Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.  Por isso, retirai-vos  do  meio  deles,  separai-vos,  diz o  Senhor;  não  toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso."


O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima comunhão com seu  povo santo.  Mas  um Deus  puro  não  pode  ter amizade com pecado;  portanto,  temos que separar-nos  do  mal  e  da  impureza.  Mas,  para que  não vejamos  isto  como  uma  tarefa desagradável de renúncia, teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito aqui,especialmente no versículo 18.

 

O Deus Todo-poderoso do universo, nosso grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus!

Que faremos para aproveitar desta abençoada amizade com Deus? O primeiro versículo do capítulo 7 oferece  a  conclusão  prática  desta  passagem   "Tendo,  pois,  ó  amados,  tais promessas,  purifiquemo-nos   de   toda  impureza,   tanto   da   carne   como  do    espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus."   Por causa do grande privilégio de sermos chamados filhos e filhas de Deus, temos que nos purificar de toda impureza. Não apenas 50%, 90% ou 99% do pecado, mas de toda imundície.

 

Por quê? Por causa de nosso respeito a Deus. Ele merece nosso serviço de santificação.Temos que ser limpos de que tipos de impureza? Paulo menciona duas amplas categorias de pecado que têm que ser expurgadas de nossas vidas:
 

Impureza da carne. Isto incluiria todas as formas de imoralidade e mundanismo. Pecados sexuais, embriaguez, desonestidade e todas as outras características da carne têm que ser abandonadas. Pessoas que praticam tais coisas não terão permissão para entrar na eterna comunhão com Deus (veja Gl 5:19-21; I Cor 6:9-11; Ap 21:8).

Impureza do espírito. Impureza espiritual e religiosa também têm que ser removidas de nossas vidas. Os cristãos em Corinto estavam rodeados pela idolatria, por isso Paulo usou este exemplo específico. Estamos rodeados de uma variedade de doutrinas humanas e filosofias, práticas de espiritismo, adoração de santos e de imagens, etc

O verdadeiro cristão não pode continuar a participar de tais práticas impuras. Temos que limpar-nos de qualquer mal deste tipo (I Cor 10:14), adorando somente a Deus (Mateus 4:10). Nossa adoração a Deus tem que ser de acordo com sua verdade (João 4:24). Sem nos santificar, não teremos comunhão com o Senhor que morreu por nós.

 

Deus ainda quer um povo santo, e providenciou, através de Cristo, o meio de purificar os pecadores para o servirem. Os cristãos são o povo santo de Deus (1 Pedro 2:5,9). Aqueles que se dizem ser seguidores de Jesus deverão conduzir-se como um povo santificado e purificado da impureza do mundo.

 

A SANTIFICAÇÃO INFLUENCIA A NOSSA MANEIRA DE VIVER

( I Pd 1. 15 ) IMPULSIONANDO-NOS  PARA O BEM

 

“Aquele que sabe fazer o bem e o não faz, Comete pecado “  (Tg 4. 17)


Vivemos num  mundo que  tem  sido  manchado,  por  milhares  de  anos,  pelo pecado. Estamos  rodeados  por  violência,  pornografia,  desonestidade  e  falsa  religião. Deus  não pretende  que  nos isolemos deste mundo (Jo 17:14-21),  mas que fujamos dos seus pecados (I Tm 6:11)  e  brilhemos  como  luzes  num mundo de trevas (Mt 5:14-16).

Nunca  foi fácil viver como povo santificado  num  mundo  de  corrupção  e injustiça, mas é possível.  Jesus provou isso durante uma vida de pureza sem pecado.  É nossa responsabilidade seguir seus passos:  "Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (I Pd 2:21-22). E o mundo espera ver em nós a diferença. I Ts 4. 3; 5. 23 ; 4. 7 ) “ Esta é a vontade de Deus a vossa Santificação (...) E o Deus de Paz vos Santifique em tudo, e o vosso  Espírito,  Alma e Corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus chamou-nos (...) para a santificação “ .     A Orientação certa  para aqueles que aguardam a Segunda vinda de Jesus é a busca de santificação para as suas vidas. A Caminhada Cristã começa e acaba com santificação.    ( Rm 13. 11 )  mostra que   É HORA DE DESPERTARMOS DO SONO “porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que  quando aceitamos a fé”

 

O QUE TEMOS DE SANTIFICAR  ( I Ts 5. 23 )

 

 Muitos são aqueles que só estão preocupados com o aspecto exterior do  cristão, e outros apenas dão enfeze ao interior. Muitos dão a impressão de quererem ocupar o lugar de Deus, logo que alguém se converte,  lêem um “responso, regras, normas”,  quando esse tipo de trabalho deve ser feito pela operação dO Espírito Santo na vida da pessoa.  Deus quer que sejamos pessoas equilibradas, e que deixemos que seja ELE a Operar no interior do Homem,  a fim de que este Seu trabalho seja visível do lado de fora. Deus quer pessoas convictas e convencidas por Si  tais jamais deixarão a ética e os costumes, por ELE ensinados.   Muitas pessoas saíram e outros nem chegaram a entrar na igreja, por causa de um regime  autoritário e de imposição de usos e costumes, em que o homem tentava convencer impondo como regra, mas  não era o Espírito Santo que convencia a pessoa e sim o homem que impunha, com o passar dos anos o resultado foi que muitos caíram em outro estremo, nada faz mal.

 

( Lc 11. 40 ) “Loucos !  quem fez o exterior não fez também o interior ? “.  Deixemos  Deus  fazer  o aquilo que só Ele pode e sabe fazer.  Ensinemos  a  anatomia  do  Homem  espiritual  e  a  necessidade  de  Santificar cada área que a compõe.  (I Ts 5. 23)  “E o Deus de Paz vos santifique em tudo, e todo o vosso espírito, alma e corpo... 

 

Vivamos neste presente século de maneira a Glorificar Aquele que é Santo, Santo, Santo,   afastando-nos voluntáriamente do que não presta nem agrada a Deus. Sejamos Santos "separados para uso exclusivo de Deus".    Deus  Abençoe muitíssimo o prezado leitor.

  Vosso em Cristo O Senhor